Q1 Dados: Dados

Q1 – Economia e Educação: quem vai à frente?

Metodologia

Todas as análises realizadas no âmbito do projeto aQeduto baseiam-se nos resultados obtidos na prova cognitiva e na informação de contexto recolhida através de vários questionários (aos alunos, à escola e aos pais) nos vários ciclos (2000, 2003, 2006, 2009 e 2012) do estudo PISA.

Conforme descrito detalhadamente na apresentação do projeto aQeduto (http://www.aqeduto.pt/apresentacao/) em todos os seus estudos, Portugal é comparado com dez países europeus que foram selecionados de acordo com semelhanças e diferenças em cinco critérios considerados relevantes para este trabalho.

Neste primeiro estudo (Q1) a maioria das análises incide nos resultados dos alunos nos vários estudos PISA, desde 2000 a 2012, dando particular relevo à avaliação PISA 2012, cujo domínio principal é a Matemática, por serem os resultados disponíveis mais recentes.

Relativamente à definição de alunos com desempenho de excelência (Top Performers) e alunos com desempenho fraco (Low performers), a OCDE definiu limiares baseados nos níveis de desempenho que permitem interpretar as pontuações – níveis de proficiência – correspondendo a cada um destes níveis uma descrição do que os alunos conseguem fazer. A escala da Matemática está dividida em seis níveis de proficiência, sendo o nível 6 o mais elevado e o nível 1 o mais baixo. Assim, alunos com desempenho fraco a Matemática são os alunos com desempenho abaixo do nível 2 (inferior a 420 pontos) e alunos com desempenho de excelência são os alunos com desempenho acima do nível 4 (superior a 607 pontos).

De forma a facilitar a representação gráfica, consideraram-se neste estudo os mesmos limiares para as três literacias apresentadas: Matemática, Leitura e Ciências.

Entre 2000 e 2012, Portugal reduziu a percentagem de alunos com desempenho fraco ao mesmo tempo que aumentou a percentagem de alunos com desempenho de excelência.

A percentagem de alunos com desempenho fraco a Matemática diminuiu de 30,3% para 21,0%. Por outro lado, a percentagem de alunos com um desempenho excelente aumentou, passando de 1,2%, em 2000, para 6,5%, em 2012. A mesma tendência é observável nos restantes domínios.

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Em literacia matemática, esta evolução de mais bons alunos e menos maus alunos é apenas observável em Portugal e noutros dois sistemas educativos participantes no estudo PISA, Polónia e Luxemburgo.

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Entre 2000-2012, Portugal teve uma variação do PIB per capita de -2 USD  e tem um dos PIB mais baixos da Europa. No entanto, ao longo dos cinco ciclos PISA, os alunos portugueses registaram uma melhoria gradual dos desempenhos nos três domínios avaliados.

A Polónia e o Luxemburgo foram os únicos países onde ambas as variáveis sob análise cresceram – o PIB per capita aumentou em cerca de 5000 USD e os resultados do PISA também cresceram. Por outro lado, a maioria dos outros países registou um aumento do PIB, mas nem todos melhoraram o desempenho na educação.

Destaca-se neste cenário a Suécia, que viu o desempenho dos alunos reduzido em cerca de 30 pontos, apesar de o seu PIB ter aumentado em mais de 5000 USD per capita no mesmo período.

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O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) apresenta uma evolução positiva consistente entre 2000-2012, com média anual de crescimento de 0,41%. Os valores do PIB, que crescem até 2006 (cerca de 3% em relação a 2003), iniciam uma fase decrescente, regressando em 2012 a níveis de 2000.

Esta evolução positiva no IDH ilustra que as melhorias na educação e também em indicadores de saúde mais do que compensam a perda de rendimento.

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A figura apresenta o posicionamento de Portugal e da Polónia em Educação (PISA Matemática), Saúde (anos de vida com saúde), Desenvolvimento Humano (IDH), Rendimento (PIB), Nível Socioeconómico e Cultural (ESCS) relativamente às médias do agrupamento de países considerados nesta fase do estudo (Q1).

A Polónia, país de referência na educação, tem indicadores semelhantes a Portugal – um pouco acima da média na educação e em linha com os restantes pares no que se refere a Saúde e a Desenvolvimento Humano. Nas situações de afastamento (com maior ou menor proximidade do centro da teia), Portugal regista valores distintos das médias do grupo — o que se observa no Nível Socioeconómico e Cultural (ESCS), com Portugal a apresentar um valor de 47% da média e no Rendimento (PIB), com 64%. A Polónia também se afasta dos pares europeus nestes dois eixos, embora apresente um indicador de Nível Socioeconómico e Cultural mais favorável (72%) e o PIB seja ainda mais diminuto do que o de Portugal (55%).

 

Para permitir a leitura da comparação entre os vários indicadores, estes foram convertidos para um índice de base 100 (em que a média dos 11 países corresponde a 100). A linha a encarnado contém o valor 100 dos 11 países pares, em cada um dos eixos, a linha a azul liga os valores de Portugal e a linha a verde representa a Polónia (todos os valores foram convertidos na mesma base). Assim, quando há proximidade entre os pontos das linhas, verifica-se uma similitude de desempenhos em relação às médias do grupo — o que se regista na Saúde, na Educação e, até certo ponto, no Desenvolvimento Humano, indicador em que se atinge, em Portugal, 93% da média dos pares.

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